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Maquinário

Financiar sai caro no Brasil

José Velloso, 59 anos, presidente-executivo da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), diz que a cada 4 máquinas compradas no Brasil, 3 dependem de capital próprio dos empresários. Os dados são da associação.

Juros altos

A principal crítica é o juro de 10% a 12% ao ano do BNDES para o financiamento das máquinas. Um equipamento financiado em 5 anos no Brasil pode custar até 40% a mais, calcula Velloso. Países como Alemanha, Suíça, França, Itália, China e Japão oferecem financiamentos com juros a 1% ao ano.
 
Geradores de energia

Os equipamentos a combustão foram os destaques em 2021. As compras dobraram ante 2020. O motivo: possível falta de energia no horário de pico da indústria com a crise hídrica.
 
Assista

Clique aqui para ver a íntegra da entrevista de José Velloso ao Drive (42min32s).
 
Abaixo, trechos da entrevista:

• investimento/PIB – “As taxas de investimento do Brasil de 2015 a 2019 foram as menores da história: entre 15% e 16% do PIB. Há um consenso de que um país emergente precisaria ter uma taxa de investimento de 25% do PIB. Nos últimos 30 anos, a taxa média no Brasil foi de 18% a 19% do PIB”;
• crise hídrica  – “Não acreditamos em racionamento em 2021 e 2022. Acreditamos que apagões curtos podem acontecer. Apesar disso, nossos dados não apontam queda de faturamento do setor por falta de energia elétrica”;
• reforma tributária – “Lucros e dividendos só deveriam ser tributados de 2022 para a frente, e não para trás. Sabemos que existe um estoque de R$ 5 trilhões de lucros não distribuídos e que a Receita Federal está de olho no valor. Se tributarem o passado, criaremos insegurança jurídica, as empresas vão entrar na Justiça. Isso é mais custo Brasil, custo com advogados. Ninguém quer”;
• faturamento do setor – “De 2010 a 2013, tivemos o principal momento da indústria de máquinas. Se compararmos com o faturamento de 2016 a 2019, tivemos queda de 40%. Já recuperamos metade do caminho. Isso significa que estamos, hoje, num patamar 20% menor do que estávamos em 2013, quando falamos de faturamento”.

Drive indicadores ? a semana em números

Os dados mais relevantes

• inflação – alcançou 10,25% no acumulado de 12 meses até setembro;
• produção industrial – recuou 0,7% em agosto em relação a julho;
• comércio – caiu 3,1% em agosto, pior resultado para o mês desde 2000;
• venda de carros novos – é a pior para setembro desde 2005;
• produção de veículos – cresce 5,6% em setembro;
• dólar –  encerrou aos R$ 5,52;
• Ibovespa – terminou aos 112.833 pontos.

Eis o Drive Indicadores de 4 a 8 de outubro de 2021:

 IPCA: fora da meta pelo 3º ano

A previsão do BC é que 2021 feche com a inflação em 8,5%. Economistas ouvidos pelo Drive trabalham com a hipótese de 8,6% a 9%. Não descartam a possibilidade de fechar em 2 dígitos.

Taxa Selic a 9,25% em 2022

Essa é a estimativa de economistas para os juros na 1ª reunião do BC de 2022. O objetivo é controlar a inflação. O resultado deve ser visto só a partir do 2º semestre.
 
Cenário externo pesa

O economistas elencam os principais fatores que impactam a alta dos preços:

• crise energética mundial;
• falta de semicondutores;
• elevação do preço do frete;
• alta no valor das commodities;
• crise dos contêineres;
• descompasso entre oferta e demanda global.

Ibovespa 

Fechou o dia aos 112.833 pontos. Teve alta de 2,03%. Na semana, recuou 0,06% (via Poder360).

Dólar 

A moeda norte-americana teve leve queda de 0,02%, aos R$ 5,52. Na semana, subiu 2,74%.
 
Risco Brasil 

Usado para medir a confiança na economia, o risco-país registrou 202 pontos nesta 6ª (8.out). Há 1 ano (8.out.2020), registrava 243.

Boletim Focus 

Eis as principais projeções para a economia no final de 2021 feitas por analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central.

Capital estrangeiro na B3

Investidores estrangeiros colocaram R$ 4,1 bilhões na Bolsa neste mês até 4ª feira (6.out), último dado disponível. No ano, o saldo está positivo em R$ 46,3 bilhões. Quando se consideram ofertas iniciais (IPOs) e secundárias (follow ons), o resultado no ano fica positivo em R$ 75,9 bilhões.

Inflação: +1,16% em setembro

O IPCA foi o maior para o mês desde 1994. A energia elétrica subiu 6,47%. No acumulado do ano, o índice de preços aumentou 6,9%. Chegou a 10,25% em 12 meses.

Produção industrial

A indústria recuou 0,7% em agosto em relação a julho. Não foi tão ruim quanto o mês anterior (-1,2%), mas houve queda, também de 0,7%, ante agosto de 2020.
 

Brasil X América Latina

O crescimento econômico brasileiro deve ser inferior ao da região em 2021 e nos 2 anos seguintes. A estimativa é do Banco Mundial.

Comércio varejista

As vendas recuaram 3,1% em agosto ante julho, pior resultado para o mês desde 2000. No acumulado do ano, o varejo cresceu 5,1%. Em 12 meses, a alta foi de 5%.
 

• Queda frente agosto de 2020 – O varejo recuou 4,1% no mês, interrompendo 5 altas consecutivas na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Venda de carros 0 km

Foram 155,1 mil unidades vendidas no mês passado. Queda foi de 10,2% em relação a agosto. Foi o pior setembro desde 2005. Os dados da Anfavea incluem automóveis, veículos comerciais leves, caminhões e ônibus.

• Produção & exportação – foram 173,3 mil veículos produzidos no mês ante 164 mil em agosto. Aumento de 5,6%. No mesmo período, as exportações caíram 19,7%.

Fluxo cambial: saída de US$ 1,17 bi

O saldo negativo em setembro interrompeu 3 meses seguidos de resultados positivos. No ano, o fluxo cambial registra entrada líquida de US$ 18,7 bilhões.

Poupança: saída de R$ 7,71 bi

Foi o pior setembro desde o início da série histórica, em 1995. No ano, os saques superaram os depósitos da caderneta em R$ 23,34 bilhões, pior resultado desde 2016.

Caixa Residencial: bate 500 mil apólices

A Caixa Seguridade informou que sua subsidiária Caixa Residencial (XS3 Seguros), que entrou em operação em janeiro, atingiu a marca de 500 mil apólices de seguro residencial.

Energia: consumo cresce

A alta foi de 4,3% em setembro ante agosto entre os consumidores residenciais e de pequenas empresas, segundo a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). Considerando todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional, o aumento foi de 2,9%.
 
Combustíveis: 53% do custo nos apps

Motoristas de aplicativo gastam mais da metade do que ganham nas corridas para abastecer o carro. A proporção era de 20% em 2017, mas cresceu com a alta dos combustíveis. Resultado: muitos deixaram de trabalhar por apps.

• Em SP, 25% menos motoristas – desde o início de 2021, a Amasp estima que o número de motoristas de aplicativo caiu de 120 mil para 90.000 na cidade de São Paulo.

• 1 milhão de motoristas – Uber e 99 dizem que o efetivo de motoristas não se alterou. Segundo as empresas, a demanda de passageiros aumentou, já que a pandemia elevou o número de pessoas em busca de meios de transporte sem aglomeração.

Acesso à Defensoria

Pesquisa da Anadef mostra que 86 milhões de brasileiros não têm acesso aos serviços da Defensoria Pública da União. Destes, 78 milhões recebem até 3 salários-mínimos. Faltam defensores em 71,3% das varas federais do país, em todas as 5 regiões dos Tribunais Regionais Federais.

• Fora da meta – o número contraria a Constituição Federal, que estabelece que a União, os Estados e o Distrito Federal devem contar com defensores em todas as unidades jurisdicionais do Poder Judiciário.

Globo no 1º semestre

A empresa registrou prejuízo de R$ 144 milhões –alta de 122% em relação ao mesmo período de 2020, quando perdeu R$ 51 milhões. A receita líquida foi de R$ 6,5 bilhões –avanço de 17%. O Grupo Globo cortou R$ 281 milhões em pessoal de janeiro a junho. Os dados foram divulgados ao mercado no início de setembro.
 
Variação de renda nos EUA

O ¼ mais pobre da população norte-americana teve aumento de renda de 7% em 2021 ante 2020. Já a alta nos ganhos do ¼ mais rico foi de 4,5% no mesmo período. É a maior diferença entre os grupos desde 2018. Os dados são do JPMorgan Chase Institute (via Economist, exclusivo para assinantes).

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