O mercado de máquinas, em especial o agrícola, está aquecido como poucas vezes na história. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), as vendas das empresas associadas cresceram 55% no primeiro bimestre, ante mesmo período de 2020. Nos bastidores esta informação se confirma, muitas empresas estão com seu forecast (previsão) de vendas anuais praticamente todo comercializado no início do 2° trimestre desde ano.
A colheita recorde de grãos na safra 2020/21, as boas expectativas para a temporada 2021/22 e os preços das commodities alcançando cifras inéditas acabam por gerar melhores remunerações aos produtores brasileiros. Isso tudo contribui para manter as negociações em ritmo acelerado.
Porém, o grande desafio está sendo produzir e entregar no prazo acordado. Os fabricantes estão passando por uma espécie de “corrida do ouro” onde o ouro nesse caso, são matérias-primas e componentes em geral. Muitas das fábricas estão com sua rotina de trabalho alterada por conta da pandemia. Além disso, muitos dos insumos para a fabricação de máquinas e implementos aumentaram excessivamente de custo como o aço, alumínio, plástico entre outros.
E com este cenário, como que a indústria e produtor devem proceder? Essa situação mais uma vez está sendo de provação para o setor, porém dessa vez é um pouco diferente do que enfrentamos em 2020. Agora o que está sendo colocado à prova não é a robustez do caixa ou a estrutura fabril das empresas, mas sim a capacidade de gerir um planejamento estratégico da marca mediante ao cenário de fornecimento de matérias-primas tão instável.
No meio desse turbilhão pelo qual estamos passando, toda a cadeia vai precisar se reinventar de algum modo, desde as siderúrgicas até o produtor lá na ponta final.
No caso do produtor, o hábito e a cultura de ter um planejamento prévio para aquisição de máquinas e implementos precisará ser desenvolvido com urgência, passando a fazer ao máximo possível suas compras de maneira programada, uma vez que contávamos sempre com um farto estoque de máquinas a disposição para compra nos pátios das lojas e hoje a realidade é outra.
Fonte: Jornal Gazeta Norte Mineira