O PIB registrou alta de 0,2% no quarto trimestre de 2024, encerrando o ano com crescimento de 3,4%.
Os dados sobre o desempenho da economia brasileira do 4º trimestre de 2024 foram divulgados pelo IBGE. Em relação ao terceiro trimestre de 2024 a variação foi de 0,2%, houve no período piora no consumo das famílias (-1,0%) e nas exportações (-1,3%).
No ano o PIB totalizou R$ 11,7 trilhões, um crescimento de 3,4% ante o ano anterior e o per capita chegou a R$ 55.247,45, com avanço real de 3,0%. A taxa de investimento em 2024 foi de 17,0% do PIB e a taxa de poupança, por sua vez, ficou em 14,5%.
O ano de 2024 marcou o quarto ano consecutivo de crescimento da economia brasileira, consolidando a recuperação iniciada no período pós-pandemia. Com uma expansão de 3,4%, o PIB superou as expectativas iniciais, refletindo um ambiente econômico mais dinâmico e impulsionado pela demanda interna. Entre 2021 e 2024, o Brasil acumulou um crescimento expressivo de 4,8%, 3,0%, 3,2% e 3,4%, demonstrando uma trajetória de expansão sustentada.
Diferente de 2023, quando o crescimento foi fortemente impulsionado pelas exportações, especialmente devido a uma safra recorde e ao bom desempenho da pecuária, o avanço econômico em 2024 foi sustentado por fatores internos. O setor de Serviços cresceu 3,7%, e a Indústria, 3,3%, enquanto a Agropecuária registrou uma retração de 3,2% devido a adversidades climáticas. Dentro desses setores, três atividades tiveram destaque: o comércio e a indústria de transformação, ambos com crescimento de 3,8%, e outras atividades de serviços, que avançaram 5,3%. Juntas, essas três atividades foram responsáveis por cerca de metade do crescimento do PIB no ano, reforçando o papel do mercado interno na expansão econômica.
O consumo das famílias teve um desempenho positivo, favorecido por fatores como programas de transferência de renda do governo, continuidade da melhora do mercado de trabalho e taxas de juros que, em média, foram mais baixas do que as de 2023. A indústria de transformação, com crescimento de 3,8%, merece destaque, pois além de pagar salários mais altos e investir em inovação, tem um efeito multiplicador maior sobre outros setores da economia.
Os investimentos medidos pela formação bruta de capital fixo (17%) cresceram 7,3%, um avanço significativo, embora a um nível, em relação ao PIB, ainda baixo para as necessidades do país. O crescimento dos investimentos se deu tanto na construção quanto em máquinas e equipamentos, mas cabe destacar, que neste último não se deu de forma homogênea, a contribuição positiva veio dos bens de capital de transporte, equipamentos de informática e máquinas, aparelhos e materiais elétricos. Os investimentos em máquinas e equipamentos mecânicos, conforme os relatórios divulgados pela ABIMAQ antecipavam, ficaram em níveis próximos aos observados em 2023 e com grande contribuição dos bens importados, que no período deslocaram a produção local.
Cristina Zanella - Diretora de Economia e Estatística da ABIMAQ
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