Os robôs móveis autônomos podem transportar carga sem interferência humana, trazendo benefícios para a logística em geral e, especialmente, para a intralogistica, que abrange a gestão de armazenagem, expedição, estoque, entre outros aspectos. No mercado brasileiro há dois principais modelos de robôs móveis autônomos disponíveis: o AGV que se guia por meio de elementos físicos (marcações, fitas magnéticas) colocados no piso e o AMR (Autonomous Mobile Robots) que não necessitam de nenhuma infraestrutura física e se movimentam de maneira dinâmica tendo a possibilidade até de desviar de obstáculos.
Comparada à realidade de outros países, o Brasil ainda tem um potencial enorme de crescimento em relação à adoção de robôs na logística. E para muitos especialistas desse setor, esse é um caminho sem volta! O relatório World Robotics 2021, da IFR (federação internacional de robótica) apresentou um recorde de 3 milhões robôs industriais em operação no mundo, um crescimento de 10%. Segundo o estudo, apesar da pandemia da Covid-19, as vendas globais de robôs cresceram 0,5% em 2021 comparado a 2020 e foram impulsionadas, principalmente, pela China. O Brasil tem muito espaço para crescer nesse mercado. O parque brasileiro instalado de robôs industriais, de acordo com o World Robotics 2021, chega a 17 mil, número inferior ao verificado em países, como México (44 mil) e Estados Unidos (324 mil).
Já o estudo Radar Conecte-se ao Novo | 2021- 22, realizado pelo CPQD, um centro brasileiro de inovação privado e independente, voltado a transformar tecnologia em inovação, permite um olhar mais apurado sobre a questão da robótica no setor de logística. A exemplo da primeira edição do estudo, elaborado em 2020, a edição mais recente tem foco na realidade brasileira e traz no cenário pós-pandemia da Covid-19, uma análise sobre a maturidade, o potencial de impacto e a perspectiva de adoção de tecnologias selecionadas como relevantes nos cenários atual e futuro do país em diversos setores, entre eles a logística.
Sobre o prazo de adoção de robôs nos processos de logística das indústrias indicado no levantamento do CPQD, os dados mostraram que 20% pretendem incorporar a tecnologia em até dois anos; 37%, entre 3 e 5 anos; 25%, entre 6 e 8 anos; e 18%, em prazo superior a 8 anos. Sobre a perspectiva de impacto da tecnologia em seus negócios: 24% consideraram baixo; 19%, médio; 30%, alto; e 27% disruptivo.
No Brasil, ainda temos algumas barreiras culturais e conceituais sobre a forma de calcular o custo de implementação de robôs em processos de logística. Também devemos considerar a jornada de educação das empresas que desejam utilizar estas soluções, já que a maioria dos centros de distribuição operam de maneira bastante manual. Na contramão dessas barreiras, especialistas afirmam que a introdução da tecnologia robótica otimiza o processo de logística, além de torná-lo mais seguro, assertivo, ágil e escalável. Essa eficiência traz mais qualidade para os processos, permite utilizar o capital humano de maneira mais produtiva em tarefas mais qualificadas e menos repetitivas, liberando seu potencial criativo e, ainda, prestar um serviço de qualidade superior ao cliente como consequência.
Câmara Setorial de Equipamentos para Movimentação e Armazenagem de Materiais (CSMAM)
