Vivemos um momento estratégico para a indústria brasileira, e 2025 foi um ano importante de reflexão e de reafirmação do protagonismo que o setor produtivo precisa recuperar na economia brasileira.
Depois de anos enfrentando volatilidade, incertezas e gargalos estruturais, vimos surgir, com clareza renovada, a percepção de que o Brasil só será competitivo quando devolver à indústria o papel que historicamente desempenhou no desenvolvimento econômico e tecnológico.
Representamos um setor formado por cerca de 8 mil empresas, responsável por 400 mil empregos diretos, com salários 36% acima da média nacional. Somos a indústria que permite que todas as demais existam. É por meio das máquinas que o agronegócio se moderniza, que a infraestrutura avança, que os serviços se conectam, que a construção civil evolui e que a inovação se dissemina.
E esse protagonismo não é obra do acaso.
É fruto da força de milhares de empresas que investem, empregam, inovam e acreditam no Brasil, mas que também precisam de políticas públicas consistentes, que garantam previsibilidade e segurança para produzir, crescer e competir.
Ao longo de 2025, a ABIMAQ atuou de forma contínua e técnica em todas as instâncias decisórias do país. A celebração dos 10 anos da Frente Parlamentar da Indústria de Máquinas e Equipamentos (FPMAQ) consolidou um legado de diálogo qualificado e abriu espaço para o avanço de agendas estruturantes.
Entre as conquistas mais relevantes, destaca-se a aprovação da Reforma Tributária, considerada a mais estratégica para o setor, pois reduzirá a cumulatividade de impostos, desonerando investimentos e exportações e aumentando nossa eficiência e competitividade. Outro avanço importante foi a Depreciação Acelerada, indispensável para incentivar a renovação do parque industrial brasileiro, que tem idade média de 14 anos.
A ABIMAQ finaliza 2025 reafirmando seu compromisso com uma indústria mais forte, moderna e competitiva, capaz de gerar empregos qualificados, promover inovação, elevar a produtividade e assegurar a soberania econômica do Brasil. Seguiremos defendendo com firmeza os interesses do setor, construindo pontes entre empresas, governo e Parlamento, e ampliando a voz de quem move o Brasil: a indústria de máquinas e equipamentos.
No financiamento, conquistamos acesso aos recursos do FNDCT e ampliamos o financiamento e a redução de juros do Fundo Clima, medidas fundamentais para projetos de modernização, transição energética e eficiência ambiental. Em paralelo, a Nova Indústria Brasil (NIB), ao priorizar a reindustrialização sustentável, permitiu à ABIMAQ intensificar sua atuação em programas como o Plano Mais Produção, o BNDES Mais Inovação e iniciativas estratégicas, como o Programa Brasil Semicondutores.
Apesar desses avanços, enfrentamos desafios que comprometem nossa competitividade global. Precisamos reduzir fatores que compõem o Custo Brasil, como a elevada carga tributária, os custos logísticos e a burocracia excessiva. Some-se a isso a dificuldade histórica de oferecer crédito competitivo e uma política monetária frequentemente contracionista, que reforça a urgência de uma redução estrutural da taxa básica de juros.
Outro ponto crítico é a baixa automação. O Brasil possui apenas 10 robôs para cada 10 mil trabalhadores, contra 160 na Europa e 1000 na Coreia do Sul. O cenário se agrava com o apagão de mão de obra qualificada, o que exige ampliar políticas de formação profissional em parceria com SENAI e outras instituições, já que a sofisticação tecnológica das máquinas não permite mais um aprendizado apenas prático.
Enfrentar esses desafios é essencial para transformar conquistas pontuais em avanços estruturais.
Nesse contexto, a ABIMAQ segue defendendo a modernização industrial como prioridade nacional; a integração entre indústria, academia e centros tecnológicos; a formação contínua de trabalhadores para a nova economia; e políticas industriais que sejam projetos de Estado. Também reforçamos a importância de aprofundar a cooperação entre setor produtivo e Parlamento, com o fortalecimento permanente da FPMAQ.
O Brasil tem potencial para ser mais que um celeiro de alimentos. Tem capacidade para ser referência global em tecnologia, engenharia, bens de capital e soluções sustentáveis. Mas isso exige foco, visão e perseverança.
O ano que termina mostrou que, quando governo, Congresso e setor produtivo caminham juntos, o ambiente melhora, a indústria avança e o país ganha competitividade.
A ABIMAQ finaliza 2025 reafirmando seu compromisso com uma indústria mais forte, moderna e competitiva, capaz de gerar empregos qualificados, promover inovação, elevar a produtividade e assegurar a soberania econômica do Brasil. Seguiremos defendendo com firmeza os interesses do setor, construindo pontes entre empresas, governo e Parlamento, e ampliando a voz de quem move o Brasil: a indústria de máquinas e equipamentos.
Gino Paulucci Jr. – Engenheiro, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ
