O desempenho interanual manteve-se positivo, embora com taxas ligeiramente menores do que nos meses anteriores. Tanto as vendas internas quanto as externas registraram um aumento em abril.
Atingiu quase R$25 bilhões em abril, representando um crescimento de 9,0% em relação a abril de 2024 e de 4,8% em relação a março (com ajuste sazonal). A receita acumulada de janeiro a abril mostrou um crescimento de 13,4% em relação ao mesmo período de 2024.
O setor movimentou R$18,6 bilhões no mercado interno em abril, um aumento de 14,7% em relação ao mesmo mês de 2024 e de 6,8% em relação ao mês anterior (considerando os ajustes sazonais). No período de janeiro a abril, o desempenho do mercado doméstico cresceu 17,1% em comparação com janeiro-abril de 2024.
As exportações de máquinas e equipamentos registraram um novo crescimento (+1,1%) em abril de 2025, atingindo US$1,04 bilhão. Contudo, esse valor foi 12,9% inferior aos níveis de abril de 2024. As exportações acumuladas de janeiro a abril apresentaram uma queda de 7,8% em comparação com o mesmo período de 2024. Embora 5 dos 7 grupos setoriais tenham tido desempenho positivo nas exportações em abril, a queda no acumulado do ano foi principalmente devido à piora nas vendas de máquinas para a indústria de transformação e de componentes.
As exportações para a Europa e América do Sul cresceram 14,1% e 10,7%, respectivamente, com a Argentina mostrando uma expansão significativa de +48,8%. A China também se destacou como o 8º principal destino de exportações, com um aumento de +107,5%, embora ainda com uma participação pequena no total das exportações.
As importações de máquinas mantiveram a tendência de crescimento observada nos últimos meses na comparação interanual (+8,5%). Embora tenha havido uma queda de 1,5% em relação a março de 2025, o total das importações para o ano (janeiro a abril) somou US$10,4 bilhões, um valor 11,8% superior ao registrado no mesmo período de 2024 e o maior da história para o período. Esse crescimento foi facilitado por uma queda de 6,8% nos preços médios das máquinas importadas, apesar de uma desvalorização de 16,7% do Real. A participação da China nas importações saltou para 33% em 2025, deixando para trás fabricantes tradicionais como Estados Unidos e Alemanha, refletindo seu papel crescente como um importante fornecedor.
O consumo aparente de máquinas e equipamentos registrou crescimento em abril. Em relação a março de 2025, o crescimento foi de 10% (após ajustes sazonais). Na comparação interanual, o aumento foi de 16,3%, e no acumulado do ano, de 21,6%. Uma parte importante desse crescimento no ano esteve relacionada ao aumento das importações, que passaram a ocupar 48% do mercado nacional em 2025, ante 46% no mesmo período de 2024.
Em abril de 2025, o setor empregou 422 mil colaboradores, um avanço de 2,5% em relação a março de 2025. Em comparação com abril de 2024, houve um aumento de pouco mais de 33 mil postos de trabalho, marcando o nono aumento consecutivo nesse tipo de comparação. Esse movimento reflete o bom desempenho dos setores fabricantes de máquinas agrícolas, máquinas para construção civil e máquinas para bens de consumo.
A indústria de máquinas e implementos agrícolas registrou uma receita líquida total de R$5,29 bilhões em abril. A receita líquida interna foi de R$4,51 bilhões. As exportações do setor foram de US$134,96 milhões em abril, enquanto as importações atingiram US$132,32 milhões. O emprego no setor de máquinas agrícolas aumentou 2,4% em abril em relação ao mês anterior e 7,5% em relação a abril de 2024.
Em termos de unidades, as vendas totais de tratores e colheitadeiras diminuíram 3,3% em abril em comparação com abril de 2024, mas as vendas acumuladas de janeiro a abril mostraram um crescimento de 7,8% em relação ao mesmo período de 2024.
Os números de abril de 2025 para a indústria brasileira de máquinas e equipamentos mostram um quadro de recuperação.
Apesar de um cenário econômico ainda com desafios e da queda nas exportações totais, o setor conseguiu manter um bom desempenho nas receitas de vendas, especialmente no mercado interno.
O aumento do consumo no país e o crescimento das importações, principalmente da China, indicam que há uma forte demanda por máquinas no Brasil, mas também servem de alerta para a competitividade da nossa produção.
A maior utilização das fábricas e o aumento do emprego são pontos positivos que impulsionam a indústria. Contudo, a expectativa de uma desaceleração no segundo semestre, devido à comparação com um período mais forte em 2024 e aos efeitos da política econômica, exige que a indústria esteja atenta e prepare ações para continuar crescendo.
A busca por mais mercados de exportação, com bons resultados na América do Sul e Europa, e o avanço em áreas como máquinas agrícolas e de construção civil, são pontos fortes para o setor superar os próximos obstáculos.
Cristina Zanella
Diretora do Departamento de Competitividade e Estatística da ABIMAQ