Em tempos de catástrofes naturais, a velocidade e eficiência na resposta podem significar a diferença entre a vida e a morte. As recentes tragédias no Rio Grande do Sul são um doloroso lembrete da nossa vulnerabilidade frente às forças da natureza. No entanto, em meio ao caos, e pensando em todos os atingidos pela tragédia, com vários associados afetados, a ABIMAQ se solidarizou ajudando a divulgar como doar recursos financeiros e materiais para as organizações que estavam na linha de frente e encaminhando ao governo, medidas que pudessem auxiliar no processo.
Em um primeiro momento, os empresários estavam mais preocupados com o salvamento das vítimas e dos desalojados. Sabíamos que as empresas do RS, principalmente indústrias, precisariam se reconstruir, passando por processos de reformas de máquinas e/ou compra de máquinas novas. No entanto quando o pessoal pudesse voltar a trabalhar iriam encontrar escombros nos lugares de produção. Se não houvesse uma ajuda concreta que eles pudessem buscar, seria ainda mais difícil. O que havia sido anunciado em um primeiro momento parecia não atender.
Foi feito assim um longo estudo para ser entregue ao governo demonstrando a necessidade de uma linha de crédito subsidiada com carência de pagamento grande e fundo garantidor para aqueles que efetivamente ficaram de baixo d’água. A sugestão foi que o auxílio seria limitado a quem comprovasse que teve problemas com as enchentes, com a ideia de montar um projeto junto com o governo e, se fosse o caso, enviasse para o legislativo.
O setor viveu um período atípico marcado por catástrofes, perdas e necessidade de reconstrução. Assim, consideramos importante levar sugestões de atendimento das necessidades não só dos nossos associados atingidos, mas também para todo o segmento industrial e humano ali presentes.
Apontamos a necessidade de ajudas contínuas, intensas e eficazes para reconstrução da região e das suas atividades produtivas para o Estado que até 2022 era responsável por 12,6% do PIB agrícola nacional e 8,3% do PIB indústria manufatureira, sendo a região a segunda maior produtora de máquinas e equipamentos do país, empregando quase 18% da mão de obra do setor e gerando 20% da receita liquida, com forte presença no mercado internacional, apontando a necessidade de um volume de riqueza que necessita de restauração urgente. Notamos de imediato todo o esforço e ajuda oferecidos pelo Governo, mas entendíamos que havia ainda mais a ser feito pelo futuro da região.
Nesse sentido montamos um rol de necessidades imediatas como colaboração para envio para o ministro Geraldo Alckmin, do MDIC com cópia para o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad e para o BNDES, visando contribuir para a construção do Estado e recuperação das suas atividades produtivas.
De outro lado, reconhecemos que as máquinas produzidas pelos nossos associados surgem também como indispensáveis no processo de reorganização do Estado, pois facilitam e aceleram o processo de recuperação, ajudando a restaurar a normalidade nas comunidades atingidas.
Projetadas para diversas operações, possuímos máquinas para construção civil, movimentação de terra, manutenção de estradas e limpezas pesadas, bombas e motobombas, equipamentos de saneamento e outras máquinas que também desempenham um importante papel na manutenção e recuperação de infraestruturas. Em cenários pós-tragédia, a importância dessas máquinas se torna ainda mais evidente, facilitando a remoção de entulhos, a reconstrução de vias e o restabelecimento de acessos. Isso garante que a ajuda humanitária e os recursos cheguem rapidamente às áreas necessitadas.
A tragédia no Rio Grande do Sul destacou, mais uma vez, a importância de uma infraestrutura robusta. A versatilidade das máquinas modernas permite que elas sejam adaptadas para uma variedade de tarefas, que vão desde a limpeza inicial até a construção de novas infraestruturas. Isso inclui a construção de estradas, pontes e edifícios, bem como a instalação de sistemas de água e energia.
Portanto, podemos afirmar que fomentar investimentos em tecnologia e práticas sustentáveis, aliados à versatilidade e eficiência dessas máquinas, garantem que nossas comunidades possam enfrentar e se recuperar de desastres naturais com mais rapidez e resiliência.
Para isso, é importante que continuemos a apoiar e desenvolver o setor de máquinas e equipamentos. Reconhecer a importância dessas máquinas na construção e na salvaguarda do nosso futuro é um passo vital para um desenvolvimento verdadeiramente sustentável. As tragédias climáticas podem até ser inevitáveis, mas com preparação e tecnologia de ponta nas nossas máquinas, podemos mitigar seus impactos e proteger nossas comunidades.
*Gino Paulucci Jr é engenheiro, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ