Boa parte da indústria brasileira opera com maquinário antigo e defasado tecnologicamente, o que resulta em menos competitividade e menos produtividade. A idade média de máquinas e equipamentos usadas nas indústrias de transformação e extrativa é de 14 anos e 38% usam equipamentos que estão próximos ou já ultrapassaram a idade sinalizada pelo fabricante como ciclo de vida ideal.
Esses dados, publicados recentemente pelo jornal “O Estado de S.Paulo”, foram obtidos a partir de uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria – CNI, que mostra que com a defasagem, o setor aumenta gastos com manutenção e consumo de energia e perde competitividade.
Sabemos que no segmento de máquinas e equipamentos, a idade média dos equipamentos é de 14 anos, mas um dos maiores problemas para aquisição de novas máquinas está no custo do financiamento. Atualmente, a alta taxa de juros trava e limita a capacidade de investimentos e afeta negativamente o crescimento do setor, que enfrenta um processo de desindustrialização.
Os investimentos em máquinas e equipamentos, que já tinham caído no ano passado, registraram queda de 6,5% no início de 2023. Com o juro mais baixo, as empresas podem obter financiamentos a taxas mais atrativas, o que facilitaria a aquisição de equipamentos de última geração.
Máquinas modernas oferecem maior eficiência energética, maior precisão, maior capacidade produtiva e melhores recursos tecnológicos, o que resulta em produtos de melhor qualidade, redução de custos e aumento da produtividade.
“A história mostra que o crescimento econômico os países até hoje só foi possível via aumento de sua produção, principalmente de bens e serviços de alto valor agregado, e via ampliação do fluxo de comércio com uma crescente inserção na economia mundial. Para isso precisamos de máquinas modernas, de alta tecnologia, capazes de gerar produtos de alta tecnologia e sustentáveis”
Nos últimos anos, os países mais industrializados investiram maciçamente no desenvolvimento industrial, enquanto o Brasil não contou com uma política nesse sentido. Precisamos reduzir as taxas de juros no Brasil e investir em inovação e tecnologia, com melhores condições para as indústrias, como menos burocracia, maior transparência e condições adequadas para o desenvolvimento do parque industrial brasileiro, que passa por uma necessária renovação das máquinas instaladas.
Essa pesquisa demonstra a necessidade do País criar as condições para a ampliação do investimento produtivo e, simultaneamente, reduzir ou eliminar as ineficiências sistêmicas para ampliar sua produção de bens e serviços, complexos e sofisticados, pré-condição necessária para voltar a crescer e para poder ampliar nossa inserção na economia mundial.
A história mostra que o crescimento econômico dos países até hoje só foi possível via aumento de sua produção, principalmente de bens e serviços de alto valor agregado, e via ampliação do fluxo de comércio com uma crescente inserção na economia mundial. Para isso precisamos de máquinas modernas, de alta tecnologia, capazes de gerar produtos de alta tecnologia e sustentáveis.
Nesse sentido, a indústria brasileira de máquinas e equipamentos é a principal responsável pela difusão tecnológica em toda a cadeia produtiva, tendo papel preponderante no aumento da produtividade nos setores agrícolas, de serviço e industrial e para continuar cumprindo o seu papel precisa de máquinas modernas, que possam ser adquiridas em boas condições de financiamento.
* Gino Paulucci Jr. é engenheiro, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ