A informação é do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas. Isso já é suficiente para provocar mudanças climáticas de grande impacto: alterações nos regimes das chuvas, enchentes, furacões e muitas outras. Especialistas avaliam que é um cenário muito preocupante.
A última Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima – a COP 27, realizada em novembro do ano passado, na cidade de Sharm El-Sheikh, no Egito – teve entre seus principais debates formas para deter a degradação ambiental do planeta e as emissões dos gases de efeito estufa. A COP acontece todos os anos desde 1995, reunindo líderes das nações membros da ONU para discutir e deliberar sobre as mudanças climáticas causadas pela atuação humana sobre o planeta. Na abertura da COP 27, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse “nosso planeta está se aproximando rapidamente de ponto de inflexão, no qual o caos climático será irreversível”.
Portanto, é urgente a adoção de práticas de sustentabilidade ambiental. No Brasil, o transporte está entre as principais fontes de emissões de gases de efeito estufa do setor energético. Segundo a edição 2023 do relatório Análise das emissões de gases de efeito estufa e suas implicações para as metas climáticas do Brasil/1970-2021, do Observatório do Clima, as emissões da atividade de transporte aumentaram 10%, voltando para os níveis de 2017. Esse crescimento foi puxado pelo consumo de óleo diesel em veículos pesados, que ultrapassou o patamar de 2014, ano de recorde de consumo desse combustível até então. Além disso, o uso de gasolina também aumentou, enquanto o de etanol diminuiu, provocando aumento de emissões.
Assim, um dos maiores desafios relacionados à logística é a dependência do modal rodoviário. São longas distâncias percorridas em um país de dimensões continentais, com alto custo do transporte e de emissão de gases de efeito estufa, produzido pela utilização de combustíveis fosseis. Portanto, além de investir na eficiência e infraestrutura do transporte, é fundamental a adesão a fontes de energia limpa, com objetivo reduzir as emissões de gases de efeito estufa do setor. Outros exemplos de ações, com esse objetivo, no setor logístico, além da substituição dos combustíveis fósseis, são a adoção da logística reversa, que permite a consumidores devolver embalagens ou produtos usados a sua origem para descarte adequado, ou reaproveitamento para fabricação de outros produtos; gestão da cadeia com vistas a eficiência e menor emissão de gases de efeito estufa.
Câmara Setorial de Equipamentos para Movimentação e Armazenagem de Materiais da ABIMAQ (CSMAM)