Entidade afirma que o setor está apto a suprir demanda interna, nos próximos meses, e os empresários já estudam.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), Jose Velloso, prevê aumento entre 18% e 20% na produção de máquinas e equipamentos no país em 2021 ante o ano passado, quando o crescimento foi de 5%. De acordo com o executivo, o setor está apto a suprir demanda interna, nos próximos meses, e os empresários já estudam investimentos para aumento de produção. "A indústria faturou no primeiro semestre R$ 100,2 bilhões e em 12 meses [até junho] R$ 199 bilhões" afirmou.
Velloso informou ainda que, de janeiro a junho, a produção do setor teve alta de 40% ante igual período do ano passado. Mas observou que o aumento mais intenso em produção, nos primeiros seis meses desse ano, leva em conta base de comparação baixa. Em março de 2020 iniciou-se a pandemia e isso influenciou negativamente na produção nos meses de maio, abril e junho, principalmente, devido ao expressivo impacto causado pelo avanço da covid-19 - não somente no setor, mas na economia como um todo - pontuou Velloso. "Caímos 30% em abril do ano passado [em produção]" comentou Velloso, ao falar sobre o desempenho do setor no primeiro ano da pandemia.
Outro aspecto mencionado pelo executivo é em relação a investimentos. Ele citou dados da ABIMAQ, com base em informações de pesquisas de investimentos que a entidade realizou em dezembro de 2020 e janeiro de 2021. Segundo Velloso, há uma expectativa de investimentos na ordem de R$ 7 bilhões para este ano, no âmbito do setor - um valor que, caso confirmado, representaria crescimento de 32% sobre os investimentos realizados em 2020.
Sobre mercado externo, o executivo informou que as importações, no primeiro semestre, tiveram alta de 12% ante igual período em 2020; e as exportações, alta de 21,7% em igual base de comparação. Ainda de acordo com Velloso, nos três últimos meses, o Brasil voltou a importar em valores equivalentes ao período pré-crise. Esse quadro de recuperação das importações era esperado, uma vez que determinados tipos de máquinas não são produzidos localmente, notou Velloso. Em torno de 50% do consumo aparente - total de produção adicionada das importações e subtraída das exportações - de máquinas no Brasil é importado, acrescentou.
Fonte: Valor Econômico